11.20.2008

Bébés ecológicos

por Paula Almeida Lapa em Actualidade

Rita Quintela é uma mãe-mais-do-que-experiente. Este ano, o 4º filho chegou enquanto a Rita estava mergulhada em ondas ecológicas que a fizeram experimentar o que jamais tinha testado com as outras filhas. Quase quatro meses depois, já é possível fazer um balanço acerca da eficácia das diversas “eco-coisas” em que mãe e bebé se envolveram. Nem tudo correu bem, mas também nem tudo correu mal! Esta foi a nossa conversa, via e-mail.

toalhitas de pano- Em Maio, escreveste: “Aproveitei para costurar noventa toalhitas de pano e uma dúzia de discos de amamentação. Tudo pronto a usar e a reutilizar.” Entretanto, já disseste que esta tua “alucinação eco-hormonal” de rectângulos de flanela e feltro resultaram mesmo, não foi?

- As toalhitas são formidáveis! De manhã molho e espremo umas 15 (só com água da torneira) e coloco na caixa de toalhitas “normais”. Vou usando ao longo do dia quando mudo fraldas em casa. Na rua uso das descartáveis.

- Por outro lado, no Mãe-Galinha, já descreveste o fracasso das fraldas reutilizáveis…

- É verdade, fiquei mesmo desiludida, caramba! Pouco confortáveis, muito volumosas e, enfim, muitíssimo trabalho. Gostava de experimentar outra vez mas são muito caras, implicam um investimento grande… Não sei se tenho coragem. Teria que tentar outra marca, fazer pesquisas e, acima de tudo, ver com as mãos, o que é difícil porque a maior parte deste tipo de fraldas não se vendem em Portugal e têm que ser compradas on-line.

- Se o único contra fosse o trabalho que essas fraldas dão (e não o desconforto do bebé), continuarias a dar-te ao trabalho?

- Não sei. Depois de ter postado acerca do mal que me saí nesta experiência, recebi dezenas de mails de incentivo a uma nova tentaiva - outras marcas, alguns truques, umas lufadas de eco-consciência. Mas não sei mesmo. Sobretudo, as descartáveis são mais simples e mais rápidas de pôr e tirar; e eu preciso tanto de tempo!

- Quando anunciaste no blog que ias experimentar as fraldas reutilizáveis, não faltaram comentários sobre os aspectos mais negativos e alguns testemunhos de desistências. Tinhas mesmo que passar pela experiência, não era? :)

- Pois, não liguei mesmo nada a quem me avisou do que podia correr mal. Estava inundada de
hormonas ecológicas! Ao 4º filho, já não há grandes maravilhas numa barriga enorme e pés inchados. Portanto, acho que as minhas hormonas me viraram para a consciência ecológica. Por pouco não me filiei no Greenpeace. Achei mesmo que todas as mães que me estavam a abrir os olhos estavam, na altura, a querer que as minhas crianças crescessem num mundo sujo e poluído (credo… o que a gravidez nos faz!)

- Foi nesse “delírio” também que costuraste discos de amamentação, como o fizeste? Resultaram?

- Os discos saíram mesmo um flop. Fiz assim - recortei círculos de turco e círculos de tecido fino dediscos de amamentação reutilizáveis
gabardine. Depois costurei um círculo ao outro. [na foto] Mas não ficaram impermeáveis… Aliás, os discos reutilizáveis à venda no mercado (da Medela, por exemplo), que me emprestaram entretanto, também são pouco eficazes. Tenho usado dos descartáveis.

- Mesmo assim, há alguma eco-novidade de que tenhas ouvido falar já depois desta gravidez e que tens pena de não ter tentado?

- Na onda hippie das fraldas ecológicas, comprei um sling. É uma tendência muito naturista, esta coisa do contacto mãe-bebé. Muito bom. Aconselho mesmo. Tentaram fazer-me a cabeça para experimentar massagens e yoga para bebés. De facto, faço massagens ao S. todos os dias depois do banho. Ele tem muitas cócegas e por isso nem se descontrai. Mas nunca fiz nenhum curso, faço as massagens por intuição, como fiz sempre nas Marias. Yoga era bom era para mim! Para ele acho que não.

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